2.6.07

ILUSÃO

O papel onde escrevo não é papel
A tinta com que escrevo não é tinta
O livro em que eu publico não é livro
As palavras que digo não são palavras
Os momentos que passam não são momentos
As memórias que guardo não são memórias
A existência é potencial – a realidade, virtual
Eu: só existo se tu existires
Eu: só escrevo se tu leres
Eu: só falo se tu ouvires
Dependo de ti para viver, vivo através de ti, em ti.
Preciso-te para saber de mim, para me dizeres se realmente existo

Sou: aquilo que vês que sou
Sou: aquilo que lês que escrevo
Sou: aquilo que me ouves dizer
Os mundos só são mundos quando os descobrimos, até lá são pontos negros perdidos no universo. São: bocados de noite
Tu: és qualquer pessoa que me conheça
Tu: és qualquer pessoa que me leia
Tu: és qualquer pessoa que me ouça
A luz só nos mostra aquilo em que reflecte, tudo o resto é ilusão.



5 comentários:

Anónimo disse...

Gostei do ritmo, da força e até do paradoxo - Eu Sou Tu
Eu sou mais um que te lê

Anónimo disse...

Então tu existes, realmente!

Anónimo disse...

Eu existo!
Eu leio-te
Eu ouço-te
Eu adoro-te!
E porque te puz neste mundo,

Tu existes
Tu escreves
Tu ouves
Tu és.....simplesmente TU!

Anónimo disse...

E por acaso... aqui vim parar.
Eu não te conheço, mas reconheço-te.
Eu não te ouço, mas escuto-te.
Eu não te vejo, mas sei que és.
Eu leio-te e interiorizo-te.
Eu voltarei, e tu estarás aqui,
Pois o Mundo precisa de ti...

D. disse...

Tu: pedaço de letras presas no tempo.
Tu: voz amarrada na sombra do sorriso.
Tu: onde estás? Por onde repousa a tinta da tua compleição.
Eu: procuro-te. Não te sei.
Volta.
Preciso-te.