18.3.07

PÂNICO


Penso: a alma é vazia de nada
Digo: O nada é vazio de tudo
Escrevo: a morte é tudo cheio de nada

Olho para o mar – de frente;
Vento que o levanta em ondas: enormes
Respiro o mar nos ventos
Inundo o corpo com oceanos
Choro – lágrimas de mar

Penso: o corpo é cheio de mar
Digo: o mar é cheio de vida
Escrevo: a vida é cheia de morte

Mergulho. Levam-me as ondas
Para longe…muito longe
Não vejo terra, nem céu
Vejo-te a ti, perto…muito perto
Agarro-te: ilusão de espuma

Penso: o amor é eterno de dor
Digo: a dor é eterna de ti
Escrevo: eu sou eterna de morte

Afundo. De olhos fechados
Imagens: soltas, desfocadas
Cores a preto e branco
O coração bate...descompassado
Fujo – de mim

Penso: A palavra é a própria essência
Digo: a essência é o próprio medo
Escrevo: O medo é a própria morte

Sufoco. Ar que se acaba
Vento que levanta ondas
E me empurra para o fundo
Mar que me invade por dentro
A morte…respiro…finalmente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Sim Senhora.
Aqui está um inicio promissor. Gostei muito, não só do poema, mas da coragem de avançar para a frente com um projecto que se vai expôr a opiniões de terceiros.
Assim é que é!

Anónimo disse...

O "Pânico" - Esvazia-nos. Enche-nos. Vemos, assim, que ele pequeno é

Anónimo disse...

O medo e o pânico não significam "morte" mas sim "vida" Temos é que sabermos dominá-los para assim vivermos melhor. Já lá diz o ditado " Viver não é dificil...dificil é sabermos viver!principalmente neste mundo cheio de precipicios ....etc etc... Fura a onda ou salta por cima nunca te deixes cair.......